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terça-feira, 29 de setembro de 2009

CÂMARA APROVA PEC DOS VEREADORES, QUE AGORA SEGUE PARA PROMULGAÇÃO




Por 380 votos a favor, 29 contra e duas abstenções, o plenário da Câmara aprovou há pouco a chamada PEC dos Vereadores, que aumenta em quase 8 mil as vagas nas câmaras municipais. A PEC, cujos substitutivos foram aprovados em primeiro turno no último dia 10 pelos deputados (370 votos a 32, com 2 abstenções), também dispõe sobre redução de gastos e redistribuição do número de vereadores em cada município. Por já ter sido aprovada em dois turnos no Senado, a matéria vai a promulgação.Leia também: PEC garante R$ 213 milhões em salários a vereadoresPor exigências regimentais, os deputados aprovaram um substitutivo apresentado às PECs 336/09 e 379/09 – com origem no Senado, as matérias deram consecução ao trâmite da PEC dos Vereadores, que já havia sido aprovada na Câmara e no Senado no ano passado. O então presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), recusou assinar a promulgação, alegando que a matéria havia sido substancialmente alterada pelos senadores. Como foi aprovada em meio a impasses regimentais e constitucionais em 2008 (leia relação de matérias abaixo), voltou a tramitar “do zero” no Congresso.
Antes da votação, José Carlos Aleluia (DEM-BA) subiu à tribuna para apontar o impasse jurídico que a aprovação causaria. Ele se refere ao fato de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considera que, em caso de aprovação, como foi verificado, a proposição só valeria para 2012. A “sentença” foi provocada depois que o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) fez uma consulta ao TSE, que esclareceu ser o número de vagas para vereador definido – sem poder ser alterado depois disso – antes das convenções partidárias, quando os partidos definem seus candidatos com base nas vagas existentes.
“Eu não engano ninguém, não vendo terreno na lua. E não dou mandato para quem não foi votado”, contestou Aleluia, recebendo vaias dos suplentes de vereador (o que o regimento interno da Câmara proíbe), que lotavam as galerias superiores. O deputado respondeu de imediato. “Eu respeito os senhores, mas também exijo respeito.”
Mas, como mostrou o placar da votação, a grande maioria dos deputados comemorou o resultado. “Está resgatada a autonomia do poder municipal e a independência do poder Legislativo”, declarou o ex-líder do PT, Maurício Rands (PE), festejado pelos beneficiários da PEC.A aprovação da matéria deve resultar em questionamentos jurídicos, uma vez que suplentes são potenciais alvos de ação judicial antes de uma eventual posse. Durante a tramitação da PEC no Congresso, não foram raras manifestações de prefeitos e vereadores contrários ao teor da proposta, como ocorrência de tumulto em algumas ocasiões. Além disso, alguns vereadores perderão seus mandatos em razão do sistema de "recálculo" (uma das disposições da PEC), que implica alteração na proporcionalidade entre o número de vereadores e a população municipal, com redução das vagas em alguns casos.Outro problema decorrente da aprovação é a possibilidade de suplentes irem à Justiça para receber subsídios retroativamente, ou seja, com reposição do dinheiro que teriam recebido se tivessem no exercício do mandato desde as eleições de outubro de 2008.
“Até que enfim”
Ao final da votação, um personagem emblemático da tramitação da PEC no Parlamento falou ao Congresso em Foco sobre o “alívio” em ver a matéria finalmente aprovada, depois de meses de mobilização em Brasília.
“Considero que a justiça foi feita, no sentido de que corrigiram um equívoco feito pelo TSE, que entendeu que moralizaria as câmaras municipais mexendo na quantidade de vereadores sem, contraditoriamente, cortar o repasse às câmaras”, disse o 1º suplente de vereador no município baiano de Itiúba Aroldo Pinto de Azeredo, atualmente filiado ao PSB. Aroldo chegou a fazer greve de fome por três vezes (leia
aqui e aqui) até ver o objetivo alcançado.
“Devo toda a minha obstinação e empenho ao meu pai, Rômulo Pinto Azeredo, que, mesmo estando no hospital, pediu para que eu viesse concluir minha luta”, concluiu Aroldo”, acrescentando que, caso se revelasse um mal vereador, a imprensa poderia pedir “sua cabeça”. O aspirante a vereador disse que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), garantiu que assinaria a promulgação da proposta.
Em linhas gerais, a PEC amplia de 51.748 para 59.791 o número desses cargos no país (diferença de 7.343 – ou 14,1% de ampliação de vagas). A proposta também altera a proporcionalidade de vereadores em relação à quantidade de habitantes em cada município. Assim, os menores municípios (até 15 mil habitantes) teriam nove e os maiores (até 8 milhões) 55 vereadores.
A PEC 47/08 – também chamada "PEC Paralela dos Vereadores", uma vez que foi extraída de outra – define o limite de gastos para as câmaras municipais, para atender o aumento das vagas de vereador previsto na PEC originária. Traduzindo em percentuais, sem dependência de fatores econômicos, a PEC estabelece, em suma, limites máximos de gastos entre 2% e 7% (o texto aprovado na Câmara fixava esse limite em 2% E 4,5%). Atualmente, o percentual varia entre 2% e 8%.
Também ficam estabelecidas faixas percentuais de despesas às câmaras municipais, observando-se a população do município e tendo como base a arrecadação total no ano anterior: 7% para municípios com população de até 100 mil habitantes; 6% para 101 mil até 300 mil habitantes; 5% para 301 mil até 500 mil habitantes; 4% para 501 mil até 2 milhões de habitantes; 3% para 2.001 milhões até 8 milhões de habitantes; 2% para cidades com mais de 8 milhões de habitantes.

terça-feira, 15 de setembro de 2009



Reforma eleitoral: pra continuar se lixando para a opinião pública
Por Edilson Silva*,
em 10.09.2009

Está tramitando no Congresso Nacional uma contra-reforma eleitoral. Saiu da Câmara e está atualmente no Senado. Há um esforço amplamente majoritário, do PT ao DEM, para aprovar e sancionar esta contra-reforma dentro do prazo que garanta as novas regras já para 2010.

A imprensa em geral tem dado ênfase às restrições ao uso da internet que estão presentes no texto que saiu das comissões. A ênfase é correta, pois a tentativa de restringir a liberdade de opinião na internet é como admitir a ingerência do coronelismo na era digital e em seus mecanismos.

Mas, lamentavelmente, e talvez por interesse próprio, não se tem dado nenhuma cobertura significativa a um tópico desta contra-reforma que está em consonância com o espírito de restrição à liberdade de manifestação na internet: a cláusula de barreira para debates e entrevistas.

O senador Aloísio Mercadante (PT-SP) incluiu no texto da contra-reforma uma espécie de cláusula de barreira que desobriga os meios de comunicação a convidar para debates e entrevistas os candidatos de partidos com representação na Câmara Federal. Pela proposta de Mercadante, aprovada nas comissões, agora não basta ter representação na Câmara Federal, é preciso ter pelo menos 10 parlamentares.

Porque 10? É um número cabalístico? Uma homenagem a Pelé? Claro que não. Este é um número que garante que os candidatos do PSOL, Heloisa Helena principalmente, fiquem de fora das entrevistas e debates com candidatos nos grandes meios de comunicação. O PSOL possui três deputados federais.

Para o senador Mercadante, para o senador Marco Maciel (DEM-PE), relator do Projeto de Lei que acatou a proposta petista, e outros igualmente democratas de plantão, o tamanho de uma bancada é sinônimo de relevância política. Este é o raciocínio que tentam publicar. Na verdade, para eles, aqueles que se negam a ingressar na manada sem princípios que chafurda e transita com desenvoltura na lama do capital e da corrupção, não se coligando com Deus e o diabo para eleger deputados a qualquer custo, e que, portanto, possuem bancadas menores, devem ser condenados à inanição.

Incomoda-lhes constatar que Heloisa Helena, com uma campanha paupérrima, com menos recursos que uma campanha de deputado federal mediano, amanhecendo e dormindo em aeroportos, pernoitando na casa de militantes em sua peregrinação, consiga atingir quase 7 milhões de votos, como aconteceu na campanha presidencial de 2006. Incomoda-lhes constatar que seu nome não sai das primeiras posições nas pesquisas, mesmo com os jornalões esquecendo-se de citar seu nome quando da divulgação das próprias pesquisas.

Incomoda-lhes constatar que em Recife uma candidatura que sequer tinha um comitê eleitoral na cidade, com um programa de TV produzido em uma favela por meninos e meninas em condição de risco social, tenha obtido praticamente a mesma votação que o candidato de uma coligação que possuía deputados federais, estaduais, vereadores, tempo muito superior de TV e muito dinheiro.

Estes fenômenos se dão pela combinação da indignação do povo com os políticos que se revezam no poder e a existência de uma alternativa política real de mudança: o PSOL. Como Mercadante e Marco Maciel não pretendem se converter em solução para os problemas que a população reclama, optam por tentar tirar do cenário político quem se propõe a mudar as coisas. Assim ficam liberados para continuar se lixando para a opinião pública.
*Presidente do PSOL/PE

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

APROVADO RELATÓRIO DA PEC 336 (VEREADORES)

*Por Wellington Nascimento (JK)
BRASÍLIA
O Relatório do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) sobre a PEC dos Vereadores foi aprovado na Comissão Especial pela recomposição das Câmaras Municipais.
O presidente da Comissão, Deputado Fernando Ferro (PT/PE), abriu a reunião de leitura do substitutivo exaltando a importância de aumentar a representatividade nas Câmaras Municipais do País, fortalecendo a nossa cultura democrática.
A reunião, que avançou pela madrugada, estava agendada para ter início logo após a ordem do dia do plenário, desta quarta-feira, no anexo II, plenário 13 com ampla discussão e votação da PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 336/09 - do Senado Federal - (PEC 20/2008) - que "altera a redação do inciso IV do caput do art. 29 da Constituição Federal, tratando das disposições relativas à recomposição das Câmaras Municipais" (Apensado: PEC 379/2009).
A PEC 336 de 2009 trata de garantir o retorno de 7.343 novos vereadores enquanto a PEC 379 de 2009 irá diminuir os percentuais dos repasses para as Câmaras Municipais.
O relatório do deputado petebista foi aprovado, por unanimidade, pela Comissão Especial e os suplentes de vereador lotaram a sala da Comissão, na Câmara dos Deputados, como um gesto de gratidão e apoio aos deputados federais que estão colaborando para resgatar a representação proporcional no Brasil com redução de gastos.
O relatório segue agora para votação em plenário da PEC 336 de 2009, que será pautada pelos líderes partidários de acordo com o presidente Michel Temer (PMDB/SP) e para ser aprovada precisará de pelo menos 308 votos em duas votações. Tudo indica, seguindo o calendário dos acordos de lideranças, que a votação em plenário deve acontecer entre os dias 02 e 17 de setembro de 2009.
"Vencemos uma grande batalha, mas a mobilização dos futuros vereadores deve continuar firme! Pois a guerra só será vencida quando aprovarmos a matéria no plenário", advertiu o presidente Ferro.


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009

“Posso ajudar a unir o partido” Publicado em 25.08.2009 no JC -Caderno


ENTREVISTA » FERNANDO FERRO
Entre os desafios do PT no Estado, Fernando Ferro destaca a ampliação das chapas de deputado federal e estadual, além de eleger um senador. Em entrevista à imprensa, ele falou também sistema político brasileiro, que “dá margem para mais crises”.

PERGUNTA - No último PED, houve queixas – de todos os lados – da lisura do processo. O senhor vai procurar o outro lado para discutir a questão antes?

FERNANDO FERRO – Nós aprendemos com os erros. De uma maneira fraterna, vamos trabalhar para que aquilo não aconteça. E acho que temos maturidade para isso. Não vamos transformar numa disputa 100%, mas podemos procurar melhorar.



PERGUNTA - O senhor tinha falado anteriormente da dificuldade de disputar a presidência do PT quando pensava também na liderança (na Câmara).

FERRO – Realmente, estou na disputa para a liderança da bancada (Câmara dos Deputados). Os companheiros acham que isso não impediria minha atuação. Temos um desafio grande na disputa de 2010. Temos de ter direção com responsabilidade, experiência. Coloco meu nome porque acho que posso colaborar, inclusive para unificar o partido para as disputas externas. Nosso grande objetivo é eleger o presidente da República. Aqui no Estado, tem o sentido de somar no projeto nacional. Somar é articular nossas relações com o PSB, com os partidos da base, com o governador Eduardo Campos. O PSB tem uma candidatura a presidente (Ciro Gomes). Temos de discutir e conversar com eles aqui no Estado e nacionalmente para ver como administramos isso. Não acho correto dividir em várias candidaturas. A gente só se divide quando é oposição. Conversando com o governador Eduardo Campos, sinto que essa é a disposição dele.

PERGUNTA - Quais os demais desafios do PT.

FERRO – Temos de fortalecer o PT no Estado, consolidar os diretórios, preparar para ter uma boa chapa, eleger senador aqui em Pernambuco. Ampliar as chapas de deputado federal e estadual.

PERGUNTA - Como o PT pode manter a governabilidade sem crise?

FERRO – A nossa coalizão partidária (governo do presidente Lula) é o retrato do quadro partidário do País. Como não fizemos uma reforma política para consolidar nossos partidos, eles são aglomerados. O PMDB tem um pedaço com Lula, outro contra. E o PMDB é um partido importante. Nós, para governarmos, temos de constituir uma maioria, tanto na Câmara quanto no Senado. Um outro momento para discutir isso é no próximo processo eleitoral. Por não termos feitos a reforma política, vamos continuar com esses problemas de coalizão.

PERGUNTA – Novas crises são inevitáveis?

FERRO – Pode vir outras crises, porque isso é da característica do sistema político que vivemos, que não fizemos uma reforma. Não temos partidos estruturados, programáticos. Temos partidos fragmentados. Isso é caldo para crise política.