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quinta-feira, 5 de março de 2009

NOTA



Nota da Direção Estadual do MST em Pernambuco

Conflito e tensão em São Joaquim do Monte
No ultimo sábado, dia 21, quatro (4) pistoleiros foram mortos quando tentaram invadir o acampamento Consulta e assassinar um companheiro. O conflito na região vem ocorrendo desde abril de 2000, quando as fazendas Consulta e Jabuticaba foram ocupadas. De lá para cá foram vários despejos realizados pela Polícia Militar e ameaça permanente por parte de pistoleiros e milícias armadas. Infelizmente até hoje o INCRA, mesmo classificando as propriedades como improdutivas, não conseguiu a desapropriação das áreas, pois houve manipulação dos registros de imóveis no cartório e a fazenda Consulta foi subdividida enquanto tramitava o processo de desapropriação. Em 2007, o conflito na região chegou a um nível bastante tenso, quando depois do cumprimento de mais uma reintegração de posse na fazenda Jabuticaba, o proprietário contratou capangas e máquinas agrícolas para destruir mais de 120 ha. de lavoura das famílias acampadas. Na última quinta feira, com um efetivo de 300 policiais, a Polícia Militar realiza mais um despejo, simultaneamente nas duas fazendas. As famílias saem, sem resistência, e acampam ao lado das fazendas, como sempre fizeram nestes oito anos de luta pela desapropriação das áreas. Como já é de rotina, as famílias se preparam para ocupar novamente as duas áreas, já que lá construíram suas vidas e seu sustento. Mas logo depois do despejo, as famílias do acampamento Jabuticaba passam a ser sistematicamente ameaçadas. O Sr. Estermilton Guedes, um dos herdeiros da Fazenda Jabuticaba, contrata uma milícia de pistoleiros para ameaçar as famílias e proteger a fazenda. Sábado pela manhã, as famílias reocuparam a Fazenda Jabuticaba e imediatamente sofreram as ameaças e tentativa de massacre por parte dos pistoleiros, que chegaram com muita violência. Foi solicitado apoio policial, que esteve no local e impediu que houvesse ali um massacre contra as famílias Sem Terra. Com a chegada da polícia, quatro pistoleiro ficaram em um bar da Vila Monte Alegre, um povoado próximo do acampamento. Com a saída da polícia, dois companheiros saíram de moto para informar as famílias do acampamento da Consulta do ocorrido. Quando passaram pelo bar, os quatro pistoleiros, em três motos, começaram a persegui-los. Neste momento as famílias do acampamento Consulta já estavam em alerta. Poucos segundo depois que os dois companheiros entraram no acampamento (um deles era o Aluciano), as três motos invadem o acampamento e os pistoleiros passam a agredir com tapas Aluciano, que caiu no chão. Quando um deles ia matar Aluciano, os acampados reagiram em defesa da vida de Aluciano e das famílias acampadas. Tudo isso foi acompanhado e filmado por policiais, contratado pelo dono da fazenda Consulta para fazer segurança do latifúndio. Resultado, os quatro pistoleiros morreram e um trabalhador foi baleado. A coordenação do acampamento convocou a polícia para denunciar a tentativa de massacre contra o Acampamento. Ao chegar no acampamento, a polícia prendeu o companheiro Aluciano e um trabalhador, seu Paulo, de 64 anos. Hoje as famílias acampadas estão sob ameaça permanente por parte da milícia armada da região. Estamos solicitando de imediato a garantia de vida para as famílias acampadas e a desapropriação das duas fazendas.
Caruaru, 23 de fevereiro de 2009.
Direção Estadual do MST/PE

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